MISSÃO

Fundada em 1997, a CAMTRA é uma organização feminista, que tem como missão ir ao encontro de outras mulheres com a perspectiva de colaborar para a promoção de seus direitos e para o fortalecimento de sua autonomia, tendo em vista a construção de uma sociedade justa e igualitária.

HISTÓRIA

No depoimento ao lado, Eleutéria Amora, fundadora da CAMTRA, traz o contexto e a inspiração para a criação da instituição. Cearense, ex-militante do movimento estudantil, fundou a organização quando se deparou com uma necessidade que ela sabia ser também de tantas outras mulheres, a luta por políticas públicas que atendessem às necessidades das mulheres trabalhadoras.

O sonho começou a se realizar na forma de pequenas ações diretas. Para atrair as mulheres, a Camtra começou a convidar as trabalhadoras para debates e seminários, distribuindo material informativo sobre saúde sexual e reprodutiva (doenças sexualmente transmissíveis, prevenção contra o HIV/Aids, planejamento familiar, gravidez não desejada, atendimento ginecológico e obstétrico etc.), encaminhando trabalhadoras para as unidades de saúde quando necessário, orientando sobre o que fazer em caso de violência doméstica e violência contra as mulheres.

Ao mesmo tempo, procurava incentivar as mulheres a exigirem seus direitos, especialmente os trabalhistas. Situações como demissão em caso de gravidez ou teste de gravidez compulsório para a contratação de mulheres, assédio sexual, condições de trabalho insalubres, até diferença salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma função eram recorrentes nos relatos das trabalhadoras atendidas pela Camtra.

Tendo ao longo dos anos colaborado para que milhares de mulheres conhecessem seus direitos e tivessem melhores ferramentas para lutar pela melhoria da qualidade de vida delas próprias, de suas famílias e das comunidades onde vivem.

Se nos primeiros anos a Camtra era uma instituição puramente militante, de mobilização de bases em busca de direitos, hoje em dia atua também como uma escola de formação feminista para mulheres jovens, associadas de grupos comunitários, trabalhadoras, profissionais de educação, mulheres de todas as classes sociais. Já são dezenas de seminários e rodas de conversa realizadas com a presença de sindicatos, organizações da sociedade civil e entidades de classe, vários cursos de capacitação sobre direitos sociais, educação não sexista, violência doméstica e violência contra as mulheres, políticas públicas, saúde integral das mulheres e outros assuntos, oferecidos nas mais diversas localidades do Rio de Janeiro.

Durante sua trajetória, consolidou um papel relevante no movimento de mulheres e no movimento feminista não só no Rio de Janeiro, como para todo o Brasil. Integrou as comissões organizadoras de todas as Conferências Municipais de Políticas para as Mulheres do Rio de Janeiro, teve assento no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, representando a Marcha Mundial de Mulheres, contribuiu ativamente com os debates e a construção de propostas das Conferências Municipais e Livres de Juventude, Saúde, Cultura, Educação e outras. Participou ativamente da construção e articulação de centenas de manifestações públicas organizadas, em articulação com outras organizações de mulheres e da sociedade civil, nas datas de luta das mulheres, destacando-se o 8 de Março – Dia Internacional da Mulher e 25 de Novembro – Dia Internacional de luta pelo fim da violência contra as mulheres.

Nos último anos, a CAMTRA se consolidou também no cenário nacional por sua atuação ligada à sustentabilidade das organizações da Sociedade Civil e participou ativamente da aprovação da Lei 13.019/2014 do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil. A CAMTRA também compôs de 2016 até 2021 a Direção Executiva Nacional da ABONG – Associação Brasileira de Ongs e a Secretaria Executiva da Plataforma das Organizações da Sociedade Civil.

Eu tinha três filhas, morava numa meia água em Campo Grande, era militante e dava aulas numa escola particular. Eu precisava sair pra trabalhar, e também acreditava na revolução. Eu queria fazer a revolução socialista e feminista. Então onde, com quem eu ia deixar as minhas filhas pra fazer tudo isso? Minha maior revolução era conseguir criar minhas filhas. Foi então que eu me deparei com a falta de políticas públicas para as mulheres, e decidi fundar a Casa da Mulher Trabalhadora.

Eleuteria Amora

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