Foto: Claudinei de Castro / Central do Brasil, 8 de março de 2024
Quem somos
MISSÃO
Fundada em 1997, a Camtra é uma organização feminista, que tem como missão ir ao encontro de outras mulheres com a perspectiva de colaborar para a promoção de seus direitos e para o fortalecimento de sua autonomia, tendo em vista a construção de uma sociedade justa e igualitária.
HISTÓRIA
Eleutéria Amora, fundadora da Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra), é cearense e foi militante do movimento estudantil na juventude. Ao perceber que existia uma forte lacuna nas políticas públicas que atendessem as necessidades das mulheres trabalhadoras, criou a Camtra.
O sonho de fundar a Camtra começou a se realizar por meio de pequenas ações diretas. Para atrair a participação das mulheres na entidade, a Camtra começou a convidar trabalhadoras para debates e seminários, distribuindo um material informativo sobre saúde sexual e reprodutiva – doenças sexualmente transmissíveis, prevenção contra o HIV/Aids, planejamento familiar, gravidez não desejada, atendimento ginecológico e obstétrico – e encaminhando as trabalhadoras para as unidades de saúde quando necessário, orientando sobre o que fazer em caso de violência doméstica e violência contra as mulheres.
Ao mesmo tempo, procurava incentivar as mulheres a exigirem seus direitos, especialmente os trabalhistas. Situações como demissão em caso de gravidez ou teste de gravidez compulsório para a contratação de mulheres, assédio sexual, condições de trabalho insalubres, até diferença salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma função eram recorrentes nos relatos das trabalhadoras atendidas pela Camtra.
Tendo ao longo dos anos colaborado para que milhares de mulheres conhecessem seus direitos e tivessem melhores ferramentas para lutar pela melhoria da qualidade de vida delas, de suas famílias e das comunidades onde vivem.
Se nos primeiros anos a Camtra era uma instituição puramente militante, de mobilização de bases em busca de direitos, hoje em dia atua também como uma escola de formação feminista para mulheres jovens, associadas de grupos comunitários, trabalhadoras, profissionais de educação, mulheres de todas as classes sociais, por meio de seminários, cursos e rodas de conversa.
Com a presença de sindicatos, organizações da sociedade civil e entidades de classe, vários cursos de capacitação sobre direitos sociais, educação não sexista, violência doméstica e violência contra as mulheres, políticas públicas, saúde integral das mulheres e outros assuntos já foram oferecidos em diversas localidades do Rio de Janeiro.
Durante sua trajetória, a Camtra consolidou um papel relevante no movimento de mulheres e no movimento feminista não só no Rio de Janeiro, mas em todo o país. Integrou as comissões organizadoras de todas as Conferências Municipais de Políticas para as Mulheres do Rio de Janeiro e teve assento no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Representando a Marcha Mundial de Mulheres, contribuiu ativamente com os debates e a construção de propostas das Conferências Municipais e Livres de Juventude, Saúde, Cultura, Educação e outras. Participou ativamente da construção e articulação de centenas de manifestações públicas organizadas, junto a outras organizações de mulheres e da sociedade civil, nas datas de luta das mulheres, destacando-se o 8 de março – Dia Internacional da Mulher e 25 de novembro – Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres .
Nos últimos anos, a Camtra se consolidou também no cenário nacional por sua atuação ligada à sustentabilidade das organizações da Sociedade Civil e participou ativamente da aprovação da Lei 13.019/2014 do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil. A Camtra também compôs, de 2016 a 2021, a Direção Executiva Nacional da ABONG – Associação Brasileira de Ongs e a Secretaria Executiva da Plataforma das Organizações da Sociedade Civil.
VALORES
- Feminismo como valor estruturante da transformação social;
- Acredita na revolução cotidiana através do incentivo às pequenas mudanças, sem perder a perspectiva macro;
- Investe no trabalho junto às mulheres pobres, de fortalecimento e apoio a grupos comunitários e coletivos de mulheres;
- Acredita no diálogo e na articulação com diferentes movimentos sociais, buscando visibilizar as pautas feministas;
- Acredita que o enfrentamento ao machismo não pode estar dissociado da luta contra o racismo e a lesbofobia;
- É criteriosa nas parcerias e nas políticas de captação de recursos, preservando sua autonomia;
- Acredita e investe em uma formação feminista referenciada na educação popular, desenvolvida por meio de metodologias participativas que valorizam o saber e a militância das mulheres;
- Aposta na formação de jovem para jovem como estratégia para a renovação do movimento feminista;
- Acredita na auto-organização das mulheres;
- Todas as mulheres são trabalhadoras em casa ou na rua;
- Enfrentamento a todas as formas de violência contra a mulher.