Por todas elas, por todas nós, continuamos na luta!
Há 55 anos atrás, no dia 31 de março de 1964, os tanques de guerra tomavam as ruas para retirar do poder o Presidente João Goulart, conhecido como Jango. Iniciava-se mais um longo período de repressão e supressão de direitos na história de nosso país.
Após esse Golpe contra a democracia, vivemos em um Brasil onde a tortura se tornou institicionalizada e aplicada de forma desumana a quem pensasse diferente. Perdemos diversas vidas que se fizeram vítimas do regime militar. 434 pessoas morreram ou desapareceram e 20.000 foram torturadas pelos órgãos de repressão durante o período do regime militar. As mulheres eram torturadas com requintes da crueldade misógina e patriarcal, sofrendo constantes violências sexuais, ameaças à vidas de suas filhas e filhos, além da tortura na presença dos mesmos, dentre outros.
Sabemos que as heranças e práticas autoritárias e violentas desta época ainda se fazem presente em nossa sociedade e nas instituições militares e policiais, sendo hoje os maiores alvos jovens negros moradores de periferias do Brasil.
Nós mulheres estivemos na luta pelo fim da ditadura, assim como hoje lutamos pela manutenção e aprofundamento de nossa democracia. Não nos esqueceremos de nossas mulheres, não nos esqueceremos de Helenira Resende, Dinalva Conceição, Nilda Carvalho Cunha, Esmeraldina Carvalho Cunha, Ísis Dias Oliveira, Ana Maria Nacinovic, Inês Dias Oliveira, Iara Iavelberg, Luiza Garlippe, Maria Auxiliadora, Criméia Almeida, Marilene Villas-Boas, Estrella Dalva Bahadana, Maria Amélia de Almeida, Alceri Maria Gomes da Silva, Dilma Rousseff, Eliana Rolemberg e tantas outras que foram perseguidas, torturadas e todas que morreram na luta pelo nosso direito a democracia! Nossa gratidão a todas pela força e coragem!
Seguimos na luta! Para que ninguém se esqueça, para que nunca mais aconteça!