Camtra, Luta e Resistência em Tempo de COVID-19.
Por Eleutéria Amora – Coordenadora Geral da Casa da Mulher Trabalhadora.
“(…) os maiores índices de óbitos por Covid-19 são os locais com maior presença de – autônomas – autônomos e donas de casa e pessoas que usam o transporte público” UNIFESP
O Brasil chegou na data de 13.08.20, ao número de 105.463(SUS) mortes, se pensarmos em cada pessoa que perdeu sua vida na batalha contra a COVID-19 existe um história, uma família, uma amiga/o, seus esforços do cotidiano, embora a morte chegue para todas/os, não esperamos nós, que não seja sem luta, sem as condições necessárias, uma política de governo para enfrentar um inimigo perigoso, que está entre nós, é invisível, o coronavírus, mas o descaso do governo brasileiro, este infelizmente é bem visível, deixou seu povo a própria sorte, ao abandono, ao descaso, ao desemprego e a morte.
Desde que se iniciaram as tentativas de restrições à circulação das pessoas, para quem teve este privilégio, já se passaram dois ministros, e o terceiro está cuidando da logística, não da política de saúde, necessária para enfrentarmos essa pandemia.
Mais quem são as pessoas que estão sendo mais afetadas com a pandemia?
Segundo dados da pesquisa realizada com os distritos da capital paulista, pela a Universidade Federal de São Paulo(UNIFESP) “os maiores índices de óbitos por Covid-19 são locais com maior presença de – autônomas – autônomos e donas de casa e as pessoas que necessitam usar o transporte público” ou seja, o vírus não escolhe as pessoas, mas as condições de vida delas vão determinar a vida ou morte de cada uma/um. Em um sistema de saúde sucateado, mesmo assim é este sistema que está a salvar muitas vidas, pela a entrega de profissionais de saúde que mesmo sem ter as melhores condições de trabalho para atender a população não medem esforços para atendê-la.
Diante deste quadro tem sido o trabalho da CAMTRA e de muitas organizações, coletivos, grupos de mulheres, tem sido a solidariedade, o compartir. Sabemos bem porque as donas de casa, autônomas/os e as pessoas que usam o transporte público são as mais afetadas: morando em locais mais afastados dos grandes centros urbanos enfrentam os velhos e novos desafios, a desigualdade estrutural escancarada, tem cara e cor, a pandemia só vem nos mostrar de fato quem somos e aonde estamos, a violência racista do estado com mortes dos jovens nas periferias, a violência doméstica, o desemprego e os despejos.
Esta não é uma nota para o desânimo, mas para buscarmos forças e novas energias, para seguirmos em frente e também para dizermos que temos um lado, este lado está nas nossas publicações, nos inúmeros cards que temos produzido de utilidade pública tentando a cada dia estarmos juntas com as companheiras de luta das inúmeras organizações de mulheres por este país a fora. O desânimo não cabe a nós, a luta sim.
#TodasasMulheresSãoTrabalhadoras
#PorMimPorNósePelasOutras!
#EuDefendooSus!
Fonte: https://observatorio3setor.org.br/noticias/estudo-da-unifesp-relaciona-obitos-por-covid-19-a-deslocamentos/