As pressões sociais, a rotina de estudar e trabalhar ao mesmo tempo, o bullying, padrões de beleza irreais impostos pela sociedade e inúmeras outras demandas afetam milhares de jovens diariamente e muitas vezes tanta cobrança faz com que muitas delas desenvolvam distúrbios de saúde mental. Embora hoje as questões ligadas a saúde mental sejam cada vez mais discutidas e levadas ao conhecimento público, ainda existe muita resistência a tratamentos e terapias, isso sem contar o fato de que para muitas a opção de um tratamento não é acessível.

Quando falamos de saúde mental das mulheres jovens sabemos que o sofrimento psíquico afeta jovens de diferentes etnias, classes sociais e localidades. Porém, é de grande importância que a saúde mental das jovens negras seja mais discutida e visibilizada, já que por muito tempo foi invisibilizada. Dados divulgados em 2019 pelo Ministério da Saúde e pela Universidade de Brasília mostram que entre 2012 e 2016 a cada 10 jovens que tiram a própria vida 6 são negras(os) e a taxa de suicídio de pessoas negras subiu de 4,88 para cada 100 mil habitantes para 5,88 por 100 mil, ao passo que a mesma taxa entre pessoas brancas permaneceu estável. Ainda segundo a pesquisa, em 2016, adolescentes e jovens negras apresentaram um risco de suicídio 20% maior que entre jovens brancas.

O racismo é peça central nessa questão pois muitas dessas jovens se encontram em constante conflito e sofrimento psíquico por viverem em uma sociedade na qual o racismo está enraizado, lidando diariamente com falas e situações que as discriminam e as isolam, tendo suas oportunidades diminuídas e suas dores minimizadas.

Enquanto organizações e movimentos feministas precisamos ter sempre em nossas pautas a Saúde Mental das Mulheres Negras e Psicologia Preta.

Leia mais sobre a pesquisa “Óbitos por suicídio entre adolescentes e jovens negros 2012 a 2016”:

Fontes: