Novembro é o mês da Consciência Negra e iremos iniciar uma série de postagens sobre as mulheres negras abordando diferentes questões.
De acordo com o IBGE a população negra do país é de 56,10%. Porém representam 76% dos mais pobres do país.
Esses números expressam a grande desigualdade de raça que existe no país. No entanto quando se olha para a questão por uma perspectiva de gênero vê-se que as mulheres negras são extremamente afetadas por essa realidade.
De acordo com a professora Zélia Amador de Deus as mulheres negras são vítimas de uma tríade de opressões sendo elas: Cor, gênero e classe.
E os dados mostram que essa situação piorou com a pandemia da COVID-19. A pandemia trouxe uma fragilização das condições de vida e os grupos mais precarizados foram os mais afetados. Estudos mostram que negras morrem 40% mais do que brancas por conta da covid. Além disso devido a instabilidade financeira e precarização do trabalho muitas não tiveram a oportunidade de fazer a quarentena colocando suas vidas em riscos.
São também as mulheres negras a maioria nos cargos ligados ao cuidado como cuidadoras, enfermeiras e babás, estes que representam maior risco de contágio.
Essa é a realidade das que mantiveram o emprego durante a pandemia porém, muitas foram demitidas ou não conseguiram manter suas atividades econômicas, o IBGE mostra que este ano houve a maior taxa de desemprego entre negras e brancas no país desde 2012.
A realidade da população negra no país piorou com a COVID-19 que escancarou as desigualdades e as diferenças que o racismo no país causa.