#VacinaParaTodas

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A tempestade perfeita do Corona vírus é o descaso por parte dos governantes, tem um alvo somos nós Mulheres, negras, não brancas, quilombolas, indígenas, com deficiência. Historicamente somos as responsáveis pelas tarefas do cuidado, da casa, das crianças, das pessoas doentes e mais velhas.

Temos que dar conta de todas as tarefas e ainda enfrentar as condições de desigualdade profundas que vivem as mulheres trabalhadoras. A Covid-19 chegou trazendo à tona todas os problemas estruturais já existentes para as mulheres trabalhadoras, a questão é que não é mais possível escondê-la, colocar embaixo do tapete, com a possibilidade do isolamento social, fica acentuada, o feminicídio, os maus tratos, a violência contra as meninas e adolescentes, o desemprego e o custo alto da alimentação.

As crianças na escola, ou creches públicas, pessoas dentro de casa adoecendo, casas pequenas, o calor nas alturas, de fato o isolamento social é para poucas pessoas, é um privilégio que muitas e muitos não tiveram e nem terão. Esta situação embora difícil necessária, apoiamos, um não retorno a sala de aula, ou creches, para garantir a não aglomeração, o que ampliaria mais ainda o nível de contaminação.

Para as mulheres que já víamos de uma carga de trabalho extenuante, agora vai a exaustão. Sem ninguem perceber, porém o mais grave nesta pandemia, é a omissão dos governantes, que transformam, a garantia da vacina para todas em um jogo ideológico e mentiroso. Não aprovando o aborto no Brasil, para garantir a vida, mas, não garantem a vacina nem para as/os profissionais de saúde que estão da linha de frente, da pandemia.

Seja diretamente com usuárias/os contaminadas/os na higienização hospitalar, no acolhimento dos postos de saúde, como agentes, técnicas, enfermeiras, médicas porque estamos presentes na linha de frente de combate, sustentando e defendendo o SUS, mesmo sobrecarregadas e mal remuneradas ou indiretamente na sociedade como lideranças comunitárias, cuidadoras, trabalhadoras domésticas, nos trabalhos essenciais que historicamente nos colocam em condições sociais desiguais e que durante a pandemia em risco de vida.

Segundo o relatório “O Vírus da Desigualdade” da Oxfam Brasil, em nosso país, o percentual de pessoas negras e indígenas que vivem com menos de US$5,50 (menos que R$30,00) por dia entre 6 e 7,7 pontos percentuais, chega a 38%. Em junho de 2020, negros e negras brasileiros apresentavam 40% a mais de chance de morrer de Covid-19 que brasileiros brancos.

Dados do IBGE do segundo semestre do ano passado mostram que 7 em cada 10 pessoas que relataram ter tido os sintomas causados pelo coronavírus eram negras.

A mesma pesquisa revela que a maioria dos casos aconteceram entre as mulheres (57,8% dos casos), comprovando não só a desigualdade de raça, mas também de gênero que sempre foi visível a todas nós.

A chegada de insumos para a produção da segunda dose da vacina Coronavac pode diminuir o risco de vida das mulheres trabalhadoras! Mas é preciso respeitar a fila e priorizar as mais atingidas.

Fontes:

https://www.oxfam.org.br/…/for…/o-virus-da-desigualdade/

https://www.dw.com/…/mulheres-e-negros-s%C3…/a-54303900