Continuamos com a nossa série sobre o Dossiê Assassinatos e Violência Contra Travestis e Transexuais organizado pela ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais).
A violência contra mulheres trans e travestis no Brasil aumentou em 47% durante a pandemia, quando comparado ao ano de 2019 e todas as pessoas trans assassinadas no ano passado eram mulheres trans ou travestis, sendo a grande maioria mulheres negras. De acordo com esses dados, uma mulher trans/ travesti foi assassinada a cada 48h em 2019.
Esses dados, embora alarmantes, não refletem a realidade que se mostra muito pior, pois a subnotificação tem sido uma política de Estado que dificulta com que tenhamos a real dimensão do que está acontecendo.
A subnotificação impossibilitou com que fosse feita uma análise exata de quantas pessoas trans morreram vítimas da COVID-19, por causa do desrespeito ao nome social ou a identidade de gênero das pessoas trans nos registros médicos ou atestados de óbito. O Dossiê da ANTRA chegou ao número de 16 vítimas, mas acreditamos que o número seja maior.
O dossiê também enfatiza o fato que não houve até o momento um único projeto de apoio à população LGBTI+ por parte do governo, e que os problemas já enfrentados pela comunidade apenas se agravaram durante a pandemia.
Não podemos mais aceitar políticas que invisibilizam toda uma comunidade seja por esconder a realidade através da subnotificação, pela ausência de projetos de apoio, especialmente em um contexto de pandemia, ou pelo simples descaso.
Seguimos defendendo a construção de uma sociedade feminista, antirracista, justa e igualitária e enfrentando qualquer tipo de preconceito, opressão e discriminação!
