As mulheres trabalhadoras são as mais afetadas durante a pandemia da Covid-19.
Fomos nós as que mais perdemos postos de trabalho, segundo dados do governo federal, 55% das pessoas que receberam o auxílio emergencial eram mulheres.
Estão na linha de frente contra a Covid-19, representam 65% dos mais de seis milhões de profissionais atuantes no setor público e privado de saúde (Conasems).
Estamos sobrecarregadas, mais da metade das brasileiras se tornou responsável pelo cuidado de crianças, idosos ou pessoas com deficiência. Nos ambientes rurais, esse percentual foi de 62% (Sem Parar-SOF/Gênero e Número).
A cada 9 horas, uma mulher foi vítima de feminicídio. Menos de 40% das vítimas buscaram ajuda ou denunciaram o crime de violência, desse número, menos de 10% iam à polícia. Com isso, registrou-se uma queda nas notificações de violência no país (ONU Mulheres).
Com tudo isso, as mais afetadas emocionalmente foram as mulheres, respondendo por 40,5% de sintomas de depressão (IP USP).
Em um ano passamos de 5.000 a 400.000 óbitos. Sofremos com a perda de familiares, amigas, filhas, avós e demais pessoas próximas.
Tudo isso é resultado de uma gestão negacionista ao coronavírus, que além da crise sanitária provocou um colapso social no país. Em 28 de abril de 2020, ao ultrapassar a China nas mortes, o presidente se referiu à Covid-19 como uma “gripezinha”.
A demora de aprovação para produção de vacinas e na compra de imunizantes atrasou o calendário de vacinação. Até o início do mês, segundo o ranking mundial de vacinação, somente 2,4% receberam as duas doses da vacina.
Nos solidarizamos com todas as mulheres que continuam lutando por melhores condições de vida.
Fonte: Agência Câmara de Notícias | Faculdade de Medicina UFMG