01 de Outubro
Dia Internacional da Mulher Idosa
Dia Internacional da Pessoa Idosa
Nada a perder, tudo a viver, mulheres idosas resistem!
Nós, mulheres idosas, queremos ter o direito ao envelhecimento, ao envelhecer com a garantia da dignidade de uma vida plena. Envelhecer não é uma doença.
Nos últimos tempos, em tempo de pandemia Covid-19, além de toda sorte de preconceitos contra as mulheres idosas e homens idosos, surge uma proposta daOrganização Mundial da Saúde (OMS) para a inclusão da velhice na mais recente atualização da Classificação Internacional de Doenças (CID), que entra em vigor em 2022. A avaliação é que o novo item pode relacionar velhice à doença e impedir o registro correto das causas de mortes, aumentando a discriminação contra a população em idade mais avançada. A pergunta que fica para todas nós é: a quem interessa a negação da velhice? A velhice também pode ser sinônimo de bem-estar de oportunidadesde vivenciar novas experiências, voltar a estudar e realizar um sonho que não foi possível. Muitas vezes trabalhamos, estudamos e cuidamos da família, sejam filhas ou filhos, netas ou netos e, simultaneamente, passamos parte de nossas vidas nas tarefas do cuidado, algo que até parece “natural” em uma sociedade movida por estruturas patriarcais racista, misógina e lesbofóbica.
De certo deve existir uma preocupação muito grande por parte do capital em nos colocar mais ainda no lugar da invisibilidade, no lugar da doença e do descartável sem a possibilidade de avanço da construção de políticas públicas para as mulheres idosas. De fato, trabalhamos, cuidamos, somos usadas e descartáveis ao sistema capitalista. Sistema este que sem a mão-de-obra e o trabalho gratuito das mulheres seria impossível continuar contratando seus familiares para produzir o enriquecimento de grandes empresas que se apropriamdesta mão-de-obra e depois a descartam. A consequência do uso da nossa mão-de-obra nas tarefas do cuidado é para nós, na velhice, a falta de proteção que atinge, em sua maioria, as mulheres acima dos 60 anos. Dos 4,7 milhões de idosos desprotegidos, 66% são mulheres. Os exemplos são muitos, pois as tarefas do cuidado e a informalidade em muitos trabalhos durante a vida leva as mulheres a não terem acesso a uma aposentadoria por tempo de serviço e nem ao BPC (Benefício de Prestação Continuada).
De fato, envelhecer neste país é um luxo e este luxo é negado às mulheres trabalhadoras pobres e negras que enfrentam todo dia a batalha da sobrevivência e que continuam acreditando, lutando, resistindo e exigindo a garantia dos seus direitos. Direito ao exercício da sua sexualidade livre, ao sustento e a uma vida digna, algo que é negado pelo o próprio Estado.
O Dia Internacional do Idoso(a) foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1991. Este dia foi criado através de pressão e luta da Sociedade Civil.
Fontes:
Agência Câmara de Notícias/ https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/09/politica/1557424323_548185.html
https://www.google.com/search?q=dia+internacional+do+idoso&oq=dia+
