Entrevistamos Vanessa Leite, integrante do Conselho Consultivo da CAMTRA e pesquisadora associada do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/IMS/UERJ), para falar de sua experiência sobre o primeiro dia do Festival Pela Vida das Mulheres, organizado pela @nempresanemmorta!
“O primeiro dia do Festival Pela Vida das Mulheres foi muito intenso. Nós chegamos bem cedo no evento, no momento em que as companheiras de outros estados estavam chegando também, e quando todas se encontraram houveram muitos abraços, muitos sorrisos… E eu acho que isso fala de um aspecto muito importante pra essa atividade estar acontecendo. Esse evento congrega mulheres feministas de todo o país e é um momento de fortalecimento numa conjuntura em que os movimentos sociais, de uma forma mais ampla, mas especialmente o movimento feminista e LGBT, enfrentam muitos desafios, pois suas pautas estão sendo muito atacadas pelo país.
Assim, o dia 3 de agosto foi marcado pelo encontro, pela troca e pelo início da construção desses dias que são de fortalecimento mútuo.
Esse festival acaba tendo uma dupla importância, tanto pra mostrar pra sociedade nossa força e resistência, frente a essa conjuntura tão difícil, fazendo pressão, dizendo que as mulheres estão atentas a aprovação da ADPF, quanto pra união interna do movimento de mulheres. Então, independente do resultado da audiência, nós já saímos vitoriosas por num momento de tanta adversidade termos conseguido que esse festival acontecesse. E eu acho que é muito importante para a CAMTRA, com a sua trajetória de trabalho no Rio de Janeiro de mobilização das mulheres, estar presente nesse festival. A cada companheira de outros estados que eu encontrava dizia “A CAMTRA achou importante estarmos aqui” e estar em conexão com outras companheiras que seguem e constroem a mesma luta que nós é fundamental para o trabalho da instituição. Sem dúvida, o movimento feminista brasileiro sai fortalecido daqui.”