Hoje, 15 de outubro celebramos o dia das professoras. O dia é de comemoração, mas também é de luta. A educação formal das mulheres só foi permitida no país em 1827, porém ainda era proibido o acesso ao ensino superior sendo esse direito apenas conquistado em 1879 sendo apenas em 1887 que Rita Lobato Velho Lopes (1867-1954) foi a primeira mulher a conquistar um diploma universitário no país. . Desde o século XIX ocorre no país a chamada feminização da docência , este fenômeno está ligado a imagem da mulher como portadora de um dom para o cuidado e por isso possuidora da vocação para o ensino. Essa imagem foi construída juntamente com o período em que os homens deixaram a área de ensino por conta da desvalorização e dos salários baixos. As mulheres da época que não tinham escolhas profissionais ocuparam o vácuo masculino aceitando as más condições de trabalho.

Atualmente os dados mostram que as mulheres se tornaram a maioria nessa profissão, porém apenas nas séries que vão até o ensino médio. No censo de 2017 de 2,2 milhões de professoras e professores no ensino básico 1,8 milhões eram mulheres. Justamente nas séries onde a educação se confunde com cuidados maternos e os salários são melhores. Na pré escola o número de mulheres é 19 vezes maior do que o de homens e na creche esse valor sobre para 40 vezes mais.

No ensino superior onde o salário é maior a maioria são professores . Um estudo mostra que na década entre 2006 e 2016 o número de mulheres lecionando no ensino superior subiu apenas 1%. E entre esse número de mulheres a maioria é branca e se encontra no sudeste.

Podemos ver que a desigualdade é grande para a classe das professoras e que ainda há muito pelo que lutar.