Dossiê Trans 2021

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O Brasil permanece no topo do ranking dos países que mais matam pessoas trans no mundo. Apenas no ano passado, foram 175 vítimas de assassinatos no país, levando em conta apenas os casos notificados, houve aumento de 200% comparado ao ano de 2008.

No final de janeiro, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais – Antra publicou a nova edição do Dossiê Assassinatos e Violência Contra Travestis e Transexuais e, com base nesses dados, traremos algumas informações sobre o tema.

Segundo o dossiê, em 2020, todas as vítimas eram travestis/mulheres trans e 8 em cada 10 eram negras. As travestis/mulheres trans estão sendo assassinadas cada vez mais jovens. No ano passado, a vítima mais jovem tinha 15 anos e 56% das vítimas tinham entre 15 e 29 anos.
Além dos dados alarmantes, ainda precisamos levar em consideração o alto índice de subnotificação e a ausência de registros governamentais, ou seja, os números reais são ainda piores.

A luta das mulheres trans/ travestis é pela sobrevivência. O preconceito da sociedade aparece, por exemplo, no mercado de trabalho e impossibilita que a maioria dessas mulheres consiga um emprego formal. O que leva muitas – não por opção, mas por necessidade – a trabalharem em situações de risco e vulnerabilidade na prostituição. Tal condição fica evidente porque 71% dos assassinatos aconteceram em espaços públicos.

É inadmissível que nossas companheiras continuem vivendo numa realidade de medo, preconceito e ódio. Essa luta não é só delas, mas de todas e todos nós. A Camtra acredita na construção de uma sociedade feminista, antirracista, justa e igualitária, por esta razão, investe no enfrentamento à toda e qualquer forma de preconceito, opressão e discriminação.

Fonte: antrabrasil.org/assassinatos