#GuardaArmadaNão: A luta das mulheres trabalhadoras imigrantes

Você está visualizando atualmente #GuardaArmadaNão: A luta das mulheres trabalhadoras imigrantes

Ao longo da semana, mostramos que, mesmo estando em diferentes espaços, Todas as Mulheres são Trabalhadoras, Em Casa ou na Rua.

Hoje, encerramos a nossa série trazendo a questão das mulheres imigrantes e como elas são afetadas na escala precariedade do trabalho.

Entre 2010 a 2019, foram registrados 660.349 imigrantes de longo termo no Brasil, 41% foram mulheres. Solteiras (69%), entre 15 e 40 anos (77%), venezuelanas, paraguaias, bolivianas, haitianas este é o perfil das trabalhadoras imigrantes no mercado formal.

São mulheres que chegam com filhas(os), marido, sem escolaridade, sem falar, escrever ou ler o português. Sem saberem andar pela cidade, sem locais de moradia, sem suas documentações ou das crianças, sem creches e escolas.

Da Central do Brasil ao Largo da Carioca, da Zona Sul à Oeste, a cada dia é mais comum encontrarmos os traços indígenas e latino-americanos nas mulheres trabalhadoras que estendem suas mercadorias e um pouco de sua terra, vida e história nas calçadas da cidade do Rio de Janeiro.

Chegam em busca de uma vida mais digna para sua família, mas esbarram com a burocracia para tirarem suas documentações e encontram no trabalho informal de vendedora ambulante a única opção.

Assim como as brasileiras, sofrem a violência da guarda municipal, mas, sem conhecerem o território, para fugirem, acabam sofrendo abusos, agressões e com a guarda armada correm o risco iminente de morte.

Em casa, tensões entre maridos e mulheres são agravadas devido à situação de ilegalidade, o fato de os agressores não terem documentação e das mulheres não terem conhecimento sobre as leis que as protegem acabam por deixá-las mais vulneráveis.

A Camtra, através do projeto Fala Trabalhadora, em parceria do Movimento Unificado dos Camelôs – MUCA e com o apoio da Fundação Ford, antes da pandemia, realizou visita a estas trabalhadoras para orientar sobre seus direitos e fortalecer uma rede de apoio.

Atualmente, devido às medidas de restrição, continuamos lutando Por Mim, Por Nós e Por Todas! Pela Vida das Mulheres! Por Vacina e Auxílio Emergencial Para Todas Já!

Fontes: https://portaldeimigracao.mj.gov.br/images/dados/relatorio-anual/2020/Resumo%20Executivo%20_Relatório%20Anual.pdf
http://docs.wixstatic.com/…/f12d03…