28 de Maio – Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna e Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher

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Uma em cada 4 mulheres gestantes sofrem violência obstétrica no Brasil, é o que aponta o estudo “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”, realizado pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Serviço Social do Comércio (SESC), em 2010.

Os últimos dados, sem estarem relacionados a pandemia da Covid-19, revelam que a mortalidade materna brasileira apresenta o índice de 66,4 mortes maternas a cada 100 mil habitantes. Número que representa mais que o dobro da meta da ONU.

Essa triste realidade atinge com mais força as mulheres negras que são 62% das vítimas de morte maternas, contra 35,6% das mulheres brancas.

Entre as principais causas de mortes maternas estão:

  • Hipertensão (pré-eclâmpsia e eclâmpsia);
  • Hemorragias graves (principalmente após o parto);
  • Infecções (normalmente depois do parto);
  • Complicações no parto;
  • Abortos inseguros.

Atenção básica às mulheres grávidas

O racismo enraizado em todas as esferas sociais faz com que as mulheres trabalhadoras negras e que vivem em áreas rurais e comunidades mais pobres sofram com a negligência a qual suas vidas são tratadas.

Reduzir as taxas de mortalidade materna está intimamente ligado a uma promoção de políticas públicas eficientes, voltadas e pensadas para a saúde da Mulher e pela manutenção de suas vidas. Assim como um acompanhamento mais efetivo e humanizado durante toda a gestação.

Novamente, são as mulheres negras as que menos recebem essa atenção gestacional. No Brasil, apenas 55% das mulheres negras fizeram sete consultas de pré-natal em 2012 e estão abaixo da média nacional que é de 62.4%.

Mortalidade Materna na Pandemia da Covid-19

Com a pandemia, a batalha das mulheres trabalhadoras, principalmente negras, indígenas, campesinas e periféricas ficou ainda mais árdua. E entre as gestantes e puérperas o cenário não foi diferente.

Em julho/2020 um estudo publicado na International Journal of Gynecology apontou que, no primeiro semestre do ano de 2020, 124 gestantes e puérperas morreram por Covid-19 no Brasil. Número que representa 77% dessas mortes no mundo.

A pesquisa revela ainda, que a morte de mulheres gestantes negras representa quase o dobro das mulheres grávidas brancas.

A data de hoje é de Luta e Resistência. Para que nenhuma mulher trabalhadora morra pela negligência do Estado com nossas vidas.

Pela garantia de ter um pré-natal, parto e pós-parto humanizados. Pelo direito de decidir por nossas vidas e nossos corpos!

Por Mim, Por Nós e Por Todas! É pela vida de TODAS as Mulheres Trabalhadoras!

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