Carolina de Jesus: Vivências e Resistência em Quarto de Despejo
Continuando a homenagem da semana, no #JulhoDasPretas, vamos lembrar de Carolina Maria de Jesus, que retratou a dura vida de mulher trabalhadora, doméstica, catadora, que tinha orgulho de sustentar a/os filha/os sozinha através de seu trabalho, assim como tantas mães trabalhadoras o fazem.
Com seu olhar crítico, enquanto vivia na favela do Canindé, em meio a catação, encontrava livros, uns cadernos e folhas onde narrava todo o seu cotidiano de mulher preta com muito orgulho, valorizando sua identidade e muito consciente de sua condição social.
“O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo, e nas crianças.”
Seu livro “Quarto de despejo – diário de uma favelada”, ainda na década de 60, vendeu, em três dias, 10.000 cópias, hoje, já são mais de 1 milhão de cópias vendidas. A autora viajou o Brasil e parte da América Latina divulgando seu trabalho. O sucesso das vendas de livros garantiu melhores condições de vida e o lançamento outros títulos, de maneira independente, são eles: “Casa de Alvenaria”, “Pedaços de Fome” e “Provérbios”.
Através de Carolina, saudamos a todas negras escritoras, catadoras, domésticas, moradoras de favela e sonhadoras.