13 de Maio
Dia de Luta Contra o Racismo, Vidas Negras Importam!
“Em razão disto é ir à luta e garantir os nossos espaços que, evidentemente, nunca nos foram concedidos.” Primavera para as Rosas Negras: Lélia Gonzalez em Primeira Pessoa. Lélia Gonzalez”.
A CAMTRA se junta a luta das Mulheres Negras que morreram vítimas da violência policial escancarando a face mais cruel do estado, a institucionalização do racismo estrutural.
Hoje, 13 de maio, é Dia Nacional de Luta contra o Racismo. Ele vem para contrapor a assinatura da Lei 3.353, intitulada como Lei Áurea que extinguia a escravidão no Brasil.
O racismo no Brasil é algo pertinente desde o período colonial, no qual os portugueses achavam que a cor da pele determinava características como: força e capacidade intelectual. Para negras e negros, o fim da escravidão no papel não acabou com o racismo e exclusão das negras e negros na nossa sociedade.
Por esta razão fazemos questão de trazer a memória de todas e todos de nomes de mulheres que foram vitimas do racismo institucionalizado, porém os números são muito mais dos que apresentamos aqui, para não esquecermos.
Kathlen Romeu, Claudia Silva, Marisa Nobrega, Luana Barbosa essas mulheres tem uma coisa em comum: Todas elas morreram vítimas da violência policial.
Kathlen Romeu, 24 anos, mulher negra jovem, modelo e designer de interiores, grávida de 4 meses foi assassinada pelo Grupo Tático da Polícia Pacificadora com um tiro de fuzil ao visitar sua avó no Lins, comunidade do Rio de Janeiro no dia 8 de junho de 2021.
Claudia Silva Ferreira, mulher negra, 38 anos baleada durante uma troca de tiros entre policiais e traficantes no Morro da Congonha em Madureira teve seu corpo arrastado por cerca de 250 metros pela viatura da polícia. Claudia era mulher, trabalhadora e mãe e foi baleada enquanto ia na padaria comprar pão.
Luana Barbosa, Lésbica não-feminilizada, mulher, mãe, negra, irmã e filha. Foi trabalhadora doméstica, garçonete e vendedora. Luana foi morta vítima de lesbofobia após sofrer agressão policial em uma abordagem em Ribeirão Preto – São Paulo.
Marisa, tinha 48 anos, era diarista, vendedora, mãe e moradora da Cidade de Deus, favela localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Era 2017 quando policiais do Batalhão de Operações Especiais – BOPE agresiram Marisa com uma coronhada de fuzil na cabeça, após ela defender seu filho de uma acusação dos militares. Passando mal, Marisa foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento – UPA e logo em seguida transferida para o Hospital Salgado Filho, onde veio a falecer. No atestado de óbito constava que a causa havia sido um aneurisma. Frente a denúncia da agressão o corpo de Marisa precisou ser exumado para comprovar a coronhada.
As violências cometidas contra as mulheres negras, trabalhadoras, faveladas são resultados de ações estruturadas no racismo e machismo. São cometidas por autoridades policiais e jurídicas que propagam uma cultura onde quem detém o poder pode abusar, explorar, violentar e matar.
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