Mulheres que nos inspiram: Carolina de Jesus (1914 – 1977)

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Um homem não há de gostar de uma mulher que não pode passar sem ler. E que levanta para escrever. E que deita com lápis e papel debaixo do travesseiro. Por isso é que eu prefiro viver só para o meu ideal. - Carolina de Jesus

Carolina Maria de Jesus, foi uma das primeiras escritoras negras publicadas no Brasil, nasceu no dia 14 de março de 1914, em uma comunidade rural de Sacramento (Minas Gerais), filha de pais analfabetos.

Após a morte da mãe em 1937, mudou-se para São Paulo aos 33 anos. Grávida e desempregada, foi morar na favela do Canindé, na zona norte da capital paulista. Começou a trabalhar como catadora de papel e, nas horas vagas, registrava o cotidiano da favela em cadernos que encontrava no material que recolhia.

Um destes escritos deu origem a seu primeiro livro, “Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada” (1960), que se tornou um marco na literatura brasileira. A tiragem inicial de 10 mil exemplares foi esgotada em uma semana. A obra virou best-seller:bateu a marca de 3 milhões de exemplares vendidos, chegou a 40 países e foi traduzida para 16 idiomas. Entre seus principais livros estão “Casa de alvenaria” (1961), “Pedaços de Fome” (1963), “Diário de Bitita” (1986) e “Meu estranho diário” (1996).

Apesar do sucesso com o livro, Carolina não desfrutou por muito tempo o reconhecimento do seu trabalho em vida. Em suas próprias palavras, ela virou um artigo de consumo, alguém que é vista com curiosidade, mas descartada depois que a moda passa.

Considerada atualmente uma das escritoras mais importantes do país, Carolina ainda enfrentou o descrédito por parte da crítica especializada de sua época. Muitas pessoas duvidavam da autoria do livro e o atribuíam ao jornalista Audálio Dantas, responsável por organizar e publicar “Quarto de Despejo”. Entretanto, Carolina também conquistou entusiastas como Clarice Lispector, Manuel Bandeira e Ferreira Gullar.

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