Todo apoio a luta da Educação!
Na manhã de segunda-feira centenas de alunas/os, mães, pais, professoras/es e profissionais de educação se reuniram em frente ao Colégio Militar, na Tijuca, onde o presidente Jair Bolsonaro participava de lançamento de selo e medalha comemorativa pelos 130 anos da instituição militar. Chegando lá o presidente foi fortemente recepcionado por uma manifestação contra os cortes de mais de 30% nas verbas destinadas aos institutos e universidades federais. O protesto foi acompanhado por agentes da Polícia do Exército e por alguns policiais militares.
Clara Albuquerque, estudante do IFRJ e participante do Núcleo de Mulheres Jovens da Camtra estava no protesto e acompanhou tudo de perto! Segundo a estudante, o movimento se organizou rapidamente utilizando prioritariamente as redes sociais.
“Fiquei sabendo inicialmente pelo Facebook, já que a galera do Grêmio do Colégio Pedro II da Tijuca criou um evento pra ajudar na divulgação. Depois disso, no domingo mesmo, já que as coisas acabaram sendo organizadas um pouco em cima, o pessoal do IF (Instituto Federal de Química) já estava se mobilizando nos grupos para participarem do ato.”
Foto: Fonte Desconhecida – Informe-nos para colocarmos os créditos
A manifestação que tomou as redes sociais levando a hashtag #Eudefendoocpii ao segundo assunto mais comentado no Brasil no Twitter na segunda-feira e mais de 3000 confirmações de presença no evento criado no facebook se mostrou gigante também nas ruas.
“Fiquei impressionada com a adesão dos estudantes. Pra um ato puxado às pressas e que contava basicamente com os colégios da região, teve uma multidão legal lá no dia. Mesmo na minha escola, onde a muito tempo eu não via isso, desde antes das manifestações a respeito do passe livre no ano passado, a galera se empolgou. Muitos professores estiveram lá com a gente e muitos também liberaram das aulas da manhã pra que os alunos fossem. Foi show”, disse Clara.
Os secundaristas representaram a maioria dos presentes que pararam o trânsito no trecho da rua São Francisco Xavier entoando palavras de ordem como “não vai ter corte, vai ter luta” e “que contradição, tem dinheiro para empresário mas não tem para a educação”.
“Talvez o movimento estudantil estivesse meio estagnado por alguns anos, mas uma coisa da qual eu tenho certeza é que estudantes nas ruas provocam a revolução. O mais óbvio exemplo é o do papel da UNE na resistência contra a Ditadura. Muita gente acha que o Movimento Estudantil fica restrito às universidades mas é em momentos de maior caos, como esse que a gente tá vivendo, que nós vemos que estamos todos no mesmo barco. Os secundarista precisam estar na luta junto com os universitários, com os trabalhadores, com os sindicatos… A gente vê de cara que a educação tá sempre na linha de frente pra receber os ataques desses retrocessos e não tem como a gente se esquivar de participar nesse momento”, afirmou.
Foto: Clara Albuquerque
A estudante ainda falou sobre a importância de fazer parte de um Núcleo de Mulheres durante esse momento complicado onde a educação pública no nosso país está sendo sucateada.
“Já disse isso várias vezes porque é a maior verdade: a CAMTRA me proporcionou uma experiência na militância de anos e anos, tive um crescimento junto a esse núcleo que hoje eu vejo que faz toda a diferença. Estar envolvida com os movimentos sociais, participar das manifestações, já tendo essa base que adquiri com o trabalho na CAMTRA faz bastante diferença. E isso também sempre me deixa com um olhar mais crítico pra esse tipo de coisa, sobre as organizações envolvidas e o que elas representam, sobre as lideranças no movimento, quem são, de onde vêm e a quem contemplam.”